aqui é simples o verso é seco não sobra resto nem migalha é pó e é mudo e se repete mudo sem riscos sem entalhes é reto e mudo mas no verso cabe seu rascunho seu riso e seu detalhe
tomei o ultimo gole no fundo da taça havia glória como desse sol que teima insistente em agredir a noite com essa satisfação de mostrar tudo o que antes jazia no escuro O dorso do punho fechado enxuga os labios (agora) saciados
o silêncio que entremeia minhas palavras às vezes carrega mais sentimento que o som que ocupa o espaço entre duas pessoas. espaço que é nulo silêncio que tende a infinito no instante de um abraço de olhos fechados.
resquícios desse frio na pele e o som constante da dor o que oprime o folego e torna real a angústia em outros tempos reprimida nessa pele molhada que se defende de ventos morbidos entorpecido e de olhos baixos a espera do toque o contato que traga algum calor num corpo deserto com desejos prontos e quiescentes (...) porquanto permanece o frio.
"Que é loucura; ser cavaleiro andante Ou segui-lo como escudeiro? De nós dois, quem o louco verdadeiro? O que, acordado, sonha doidamente? O que, mesmo vendado, Vê o real e segue o sonho De um doido pelas bruxas embruxado? Eis-me, talvez, o único maluco, E me sabendo tal, sem grão de siso, Sou - que doideira - um louco de juízo. "